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Dólar cai, mas respeita "piso informal" dos R$ 2

Tanto no mercado à vista quanto no futuro, as mínimas do dia foram registradas na linha de R$ 2,02.

Acompanhando a melhora de humor externo, o dólar teve novo dia de baixa, mas a linha dos R$ 2,0 segue respeitada. A queda por aqui, no entanto, foi mais tímida do que a observada em outras praças.

No mercado à vista, a moeda americana encerrou com baixa de 0,74%, a R$ 2,022. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar para agosto cedeu 0,61%, para R$ 2,0225.

Segundo o superintendente de tesouraria do Banco Banif, Rodrigo Trotta, o piso informal de R$ 2,0 segue válido. "Esse é o patamar de preço onde aparecem as compras", diz.

Tanto no mercado à vista quanto no futuro, as mínimas do dia foram registradas na linha de R$ 2,02. Ponto de entrada interessante, segundo o especialista, tendo em vista esse suporte de R$ 2,0.

Esse "piso informal" é respeitado desde que o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, disse que o BC poderia retomar as compras de moeda americana.

As declarações foram feitas no dia 3 de julho, um dia depois de o dólar fechar abaixo de R$ 2,0 pela primeira vez desde o fim de maio.

Os investidores também seguem atentos à possibilidade de leilão de swap cambial (que equivale à venda de dólares no mercado futuro). Cerca de US$ 4,5 bilhões em contratos vencem no dia 1º de agosto. Se os swaps não forem rolados, o efeito líquido no mercado é de compra de moeda americana.

A melhora de humor do dia foi atribuída à fala do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que disse que a autoridade monetária está pronta para fazer o que for necessário para preservar o euro, mas que vai continuar atuando dentro de seus limites, sem substituir as ações governamentais.

Segundo Trotta, o BCE faz o seu trabalho, mas não dá para imaginar uma solução para os problemas fiscais enfrentados pela região. "Sabe-se que essa é uma luta inglória e de longo prazo", diz.

Ainda de acordo com o tesoureiro, do discurso de Draghi à adoção de medidas práticas, o caminho é longo. Como exemplo, ele cita a falta de acordo para a emissão dos eurobônus comuns, ferramenta relativamente simples e que foi barrada pela Alemanha.

No mercado de juros futuros, o tombo da quarta-feira foi seguido por um repique de alta no pregão de ontem, conforme as taxas retomaram correlação com o cenário externo.

O ajuste mais firme ficou concentrado nos vencimentos de curto prazo, que são mais relacionados com a condução da política monetária.

Segundo o estrategista de renda fixa da Coinvalores, Paulo Nepomuceno, o aceno dado pelo BCE reduz o risco de mais adversidade externa. Com isso, o ciclo de corte de juros por aqui pode ser encurtado, com o BC parando em 7,5% ao invés de 7,25% ou 7%.

No desenho atual, diz o estrategista, a curva mostra corte de 0,5 ponto em agosto, e uma divisão entre parada e corte de 0,25 ponto.

Para o especialista, o instrumento clássico de política monetária para entregar maior crescimento se esgotou. Não tem como reduzir ainda mais a Selic em função de uma inflação resistente, que mesmo com baixo crescimento e deflação externa, não se afasta dos 5%.


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