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Empresa familiar pode ser profissional?

A importância e a relevância da familia no contexto profissional.

É um fato de que as pequenas e médias empresas vem tendo taxas de crescimento substanciais ao longo dos últimos dois, tres anos. O mercado vem crescendo, a classe C passou a ter acesso ao crédito de forma mais fácil (mas ainda muito cara), e entrada de novos fornecedores, especialmente os asiáticos, fez com que houvesse uma oferta maior de produtos de consumo. Mesmo o ramo automobilístico tem mostrado este fenômeno.

 

Acontece que estamos todos assistindo a uma mudança de status em nossa economia. Para quem tem mais de trinta anos, lembra-se de que as regras de mercado sempre foram de certa forma ditadas pelas grandes corporações, que regulavam estoques, definiam preços, contratavam um número maior de pessoas e também um sem-número de empresas satélites, normalmente empresas de menor porte. Em alguns mercados esta relação sempre foi caracterizada pelo canibalismo da maior contra a menor, que sofriam as variações de "humor" de seus (muitas vezes) único cliente.

 

Com esta mudança, as pequenas e médias empresas, e porque não dizer as micro empresas também vem tomando um espaço maior na economia. Juntas, já empregam mais do que todas as "Grandes" corporações. Já movimentam mais também. Entretanto, essas empresas são em sua grande maioria fruto da iniciativa de um indivíduo que lá atrás acreditou em um determinado negócio e hoje, heroicamente, está ai no mercado. São estruturas familiares, que funcionam de uma maneira menos formal, sem muitos controles, modelo de gestão, etc. O ponto mais frágil que vejo é que por ser familiar ela tem dificuldade em se profissionalizar, além do fato de criar sócios que são irmãos, primos, sobrinhos....e isto, considerando que existem relações pré-existentes, com conflitos pré-existentes, não raro põe abaixo todo um empreendimento, além é claro das relações familiares.

 

Temos um exemplo claro que foi o que ocorreu anos atrás com o Grupo Pão de Açúcar. Fundamentalmente, por motivos de família esta empresa quase quebrou. Não sei a quantas anda o convívio familiar, mas a saída para a crise foi a profissionalização, a transferência da gestão, a saída de um dos membros (ou mais de um), a criação de comitês e a efetiva profissionalização de toda a corporação.

 

É sem dúvida uma atitude que demanda de coragem, apesar de que acredito - mas posso estar errado - que os empresários só chegam a esta conclusão quando estão no limite de perder tudo o que tem, quando todas as outras alternativas foram tentadas e frustradas.

 

Considere um processo longo, penoso e árduo, tanto para quem está na Empresa quanto para aqueles que se sentam à mesa do jantar com voce. Pense nisso, para que voce não chegue à este limite também.


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