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Só a minoria vai se adaptar ao Sped a tempo

Usuário do Sped na Galvani. Erros podem ser vistos imediatamente

Adriana David

 

A Galvani, companhia nacional que atua em toda a cadeia de fertilizantes fosfatados, investiu R$ 140 mil na implementação do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) em 2008, entre aquisição do software e despesas de consultoria . Ela é uma das poucas empresas, de 11 mil, que devem cumprir o prazo. As companhias que apuram tributos com base no lucro real ou possuem acompanhamento diferenciado da Receita Federal estão obrigadas, a partir de 1º de julho, a adotar o Sped Contábil, que substituirá os livros Razão e Diário.

Segundo consultorias, somente entre 10% e 30% das empresas vão se adequar a tempo. Levantamento da consultoria Everis, mostra que das 500 maiores empresas, apenas 88 concluíram a implantação do Sped Fiscal e 10%, do Sped Contábil. As que não implantarem o sistema estão sujeitas a multa de cerca de R$ 5 mil por mês-calendário de atraso.

Segundo a gerente de contabilidade da Galvani, Luciana Crivelaro, o investimento no sistema vai garantir que erros que apareceriam no futuro sejam visíveis imediatamente. "Daqui a uns dois anos, as empresas não vão precisar apresentar outras obrigações", indica Dora, como uma das vantagens da modernização.

As dificuldades e a correria para a implantação do sistema foram muitas. No fim de 2008, ninguém sabia exatamente como seria o Sped. Há um mês, os cartórios ainda não estavam preparados para as mudanças em relação ao registro do livro contábil. Ontem, o grupo formado pela área de tecnologia, contabilidade e terceiros de software da empresa, estava fazendo os últimos ajustes. Como o plano de contas (despesas) da Galvani é extenso, o trabalho teve que ser feito praticamente pelo método manual.  O mercado de profissionais especializados na implantação deve ser ampliado, de acordo com a contadora e diretora da Fharos Assessoria Empresarial, Dora Ramos. Muitas empresas vão precisar de consultoria e treinamento.

Dora diz que o importante é a mudança de comportamento. "Não será mais possível deixar para a última hora, dar um jeitinho. As empresas vão ter que se organizar", diz.

O  diretor da Candinho Assessoria Contábil, Glauco Pinheiro da Cruz, tem a mesma opinião. "Até as menores, que também terão que usar o Sped a partir de 2010, terão que mudar a forma de trabalho." Segundo ele, a implementação tem levado cerca de seis meses e os custos variam de R$ 30 mil a R$ 1 milhão.


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