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Dólar dispara e vai a R$ 2,28

O principal motivo da valorização da divisa dos Estados Unidos, de acordo com os especialistas, foi a retirada de recursos do país para aplicar em ativos mais seguros

O dólar atingiu ontem o maior valor desde 31 de março de 2009, ao subir 0,45% e fechar a R$ 2,281. No ano, a moeda norte-americana acumula alta de 11,35% frente o real, criando uma fonte adicional de pressão sobre a inflação. O principal motivo da valorização da divisa dos Estados Unidos, de acordo com os especialistas, foi a retirada de recursos do país para aplicar em ativos mais seguros, sobretudo num momento em que se espera mudanças na política monetária da maior economia do planeta. Hoje, sairá o resultado do comitê de política monetária (Fomc) dos EUA.

Segundo o gerente de Câmbio da Corretora Treviso, Reginaldo Galhardo, os investidores temem que o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, sinalize uma possível redução em seu programa de estímulo à economia, que tem garantido a injeção de US$ 85 bilhões por mês no mercado e, até bem pouco tempo, alimentava o apetite dos investidores por moedas de países emergentes.

Estímulos

"Na prática, é a mesma ameaça de sempre, ou seja, a de que o Fomc pode anunciar a retirada dos incentivos em setembro ou em dezembro. O mercado está antecipando a expectativa de que o Fed pode reduzir os estímulos já em setembro. Se isso ocorrer, o movimento de alta do dólar deve se intensificar nos próximos meses", explicou Galhardo.

Na avaliação do gerente da Fair Corretora, Mário Battistel, a moeda norte-americana se valorizou em praticamente todo o mundo. Em relação a uma cesta de moedas, teve alta de 0,21%. O dólar australiano, por exemplo, perdeu 1,56% em relação à divisa dos EUA. Battistel destacou ainda que hoje é o último dia do mês, quando ocorre a liquidação dos dólares futuros e os movimentos especulativos dominam as transações. "O movimento dos bancos tem começado sempre um dia antes da liquidação, na tentativa de pilotar a taxa de câmbio", disse.

Outra questão que pode ter influenciado na alta do dólar, segundo analistas, é que o Brasil está com problema de fluxo de recursos. Por isso, começa a se acentuar a falta da moeda norte-americana no mercado à vista. Até 19 de julho, o saldo cambial (entradas menos saídas de divisas) estava negativo em R$ 2,5 bilhões, segundo dados do Banco Central.

Bolsa cai

Na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa), também se registrou saída de investidores estrangeiros, o que ajudou a elevar o dólar. Com isso, o Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas no pregão paulista, caiu 1,32%. Apesar do segundo dia seguido de queda, alguns papéis conseguiram se destacar positivamente, principalmente os de empresas do setor financeiro, como Itaú Unibanco e Santander, que divulgaram os balanços referentes ao primeiro semestre do ano — 2,05% e 1,24%, respectivamente.

Porém, a desvalorização de companhias com forte participação na carteira do Ibovespa, como a Oi e a Usiminas, que recuaram 5,83% e 6,56%, engoliu a alta dos bancos e puxou o índice para baixo.


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