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Meritocracia ganha espaço nas empresas brasileiras

“Hoje a meritocracia já é mais pulverizada nas grandes organizações. Mesmo assim alguns mercados ainda são mais conservadores, como o químico e petroquímico.”

As empresas brasileiras estão cada vez mais atentas às diversas formas demotivar seus funcionários. E um dos modelos de gestão adotados por algumas delas é a meritocracia,que remunera financeiramente os funcionários por meio da análise de desempenho. Especialista no assunto, Josué Bressane Junior, consultor da Gemte Consulting, conta que teve contato com esse modelo de gestão há mais de 20 anos, quando trabalhava na Ambev. “Lá fora o conceito já estava consolidado, principalmente em bancos. A Ambev foi uma das pioneiras na implantação desse modelo no Brasil.” De acordo com o consultor, o país tem grandes oportunidades para implantar esse modelo de gestão. “Quando a empresa implanta a meritocracia é necessário uma mudanças de cultura interna. Ela se torna um valor da empresa, e valor não se discute”, destaca. Josué que participou do processo de implantação da meritocracia em companhias como Ambev, Sonyena Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) revela que muitas vezes viu profissionais saírem das empresas por não acreditarem nesse tipo de gestão. “A meritocracia é um modelo que remunera de acordo com a performance do profissional. E, nesse caso, se o profissional trabalha menos acaba tendo uma remuneração menor do que os outros, o que nem sempre agrada as pessoas.”

O consultor explica também que a análise de desempenho tem como objetivo engajar as pessoas e pode ser utilizada em todos os níveis da empresa. “Quando você compartilha metas com todos os setores você gera uma cumplicidade entre os profissionais.A área de venda depende da produção e finanças precisa do setor de vendas.” Segundo o especialista em meritocracia, engana-se quem pensa que o modelo de gestão pode ser utilizado apenas nas grandes corporações. O consultor conta que já realizou a inserção do modelo em uma escola.Questionado sobre as metas estabelecidas, Bressane é rápido: “Pode ser um índice de classificação, alunos que permanecem na unidade. São várias as possibilidades que a empresa pode explorar, basta identificar qual a meta que companhia espera atingir.”Outro mito que Bressane desmitifica é o porte das empresas que podem receber a meritocracia. “Recentemente fizemos a implantação em um escritório de advocacia composto por 13 funcionários.” A meritocracia, segundo explica o consultor, é um modelo que pode variar de empresa para empresa, mas ressalta que o princípio é o mesmo: dividir o lucro com as pessoas. “O executivo precisa acreditar que isso vai gerar mais valor para a companhia.”Porém, o consultor argumenta que o processo ainda tem sido lento no Brasil, tendo se tornado um pouco mais forte a partir dos anos 2000, influenciado pelas companhias multinacionais. “Hoje a meritocracia já é mais pulverizada nas grandes organizações. Mesmo assim alguns mercados ainda são mais conservadores, como o químico e petroquímico.”


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