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Dólar recua 1,85% e leva a queda de juros

Cotação de R$ 1,80, a menor desde 7 de dezembro, aumenta expectativa de novo corte da Selic

Refletindo a entrada de um maior volume de recursos externos no país e o maior interesse dos investidores internacionais por aplicações de risco, o dólar caiu fortemente ontem, atingindo o menor patamar desde 7 de dezembro. A queda da moeda norte-americana, que recuou 1,85%, terminando o dia cotada a R$ 1,80 para venda, ajudou a alimentar as expectativas de um aprofundamento do ciclo de queda das taxas de juros, a menos de uma semana da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), em 2012.

Na visão dos analistas, dólar mais barato significa produtos importados com preços mais baixos e, portanto, menor pressão sobre a inflação, aliviando a tarefa do BC de levar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para a meta oficial de 4,5%. Reagindo a esse cenário, as taxas DI, cobradas nas operações do mercado interbancário, recuaram ontem para 10% nos contratos com vencimento em janeiro de 2013 e para 10,49% nos negócios para fechamento em janeiro de 2014. Até ontem, esses contratos eram negociados com taxas de 10,04% e 10,57%, respectivamente.

A queda se alinha com a expectativa do mercado de que o BC deverá reduzir novamente, na próxima semana, a taxa básica de juros da economia, a Selic. Conforme indicou pesquisa semanal feita pelo próprio BC entre analistas, divulgada na segunda-feira, a previsão é que mais um corte de 0,50 ponto percentual, o que levaria a Selic a 10,50% ao ano.

Confiança

Além do dólar, contribui para a queda dos juros a divulgação de indicadores de atividade mais fracos. O Índice de Confiança do Comércio (Icom), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 6,8% na comparação entre a média do trimestre findo em dezembro de 2011 e o mesmo período do ano anterior, para 128,4 pontos. O resultado foi o pior desde maio do ano passado e, na visão da FGV, confirma o momento de desaceleração da atividade no setor. "Há todo um conjunto de dados hoje colaborando para uma visão menos temerosa da inflação, reforçando a visão de quem acha que a Selic cairá mais", afirmou o sócio-gestor da Leme Investimentos Paulo Petrassi.


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