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Bancos centrais asiáticos devem iniciar rodada de cortes de juros

As pressões inflacionárias começam a diminuir e autoridades asiáticas cada vez mais priorizam estimular a retomada.

Com várias economias da Ásia vulneráveis à desaceleração da demanda global, agora é apenas uma questão de tempo para bancos centrais começarem a cortar juros, a exemplo do que o Brasil já vem fazendo, avaliam analistas.

As pressões inflacionárias começam a diminuir e autoridades asiáticas cada vez mais priorizam estimular a retomada. No mês passado, os governos das Filipinas e Malásia anunciaram fortes aumentos de gastos, e bancos centrais da Indonésia e Paquistão cortaram taxas de juros.

O BC da Coreia do Sul, comandado por Kim Choong-Soo, manteve sua taxa base em 3,25% ao ano na metade do mês. Agora, a expectativa é de que, com a inflação sob controle e o crescimento global desapontador, os coreanos comecem a cortar as taxas em 2012.

As exportações das Filipinas caíram bastante. O BC filipino manteve o juro em 4,5%, mas analistas apostam que o país vai seguir o exemplo da Indonésia. Cingapura teve crescimento muito baixo no terceiro trimestre e a tendência é de relaxamento na política monetária a partir de abril do ano que vem.

Em Taiwan, as exportações e produção industrial continuam a ser fragilizadas pela menor demanda global. Na Tailândia, pesadas chuvas afetaram fortemente a atividade econômica No Paquistão, o BC cortou os juros em 1,50 ponto percentual para 12% ao ano.

Na Austrália, o BC mostra crescente preocupação com as perspectivas da economia mundial, aumentando as chances de redução dos juros. Na Nova Zelândia, empresários reclamam do impacto da menor demanda global.

A inflação em alguns emergentes, porém, continua acima do nível desejado pelos bancos centrais. Na China, a inflação aumentou para 6,1% em setembro. Mark Williams, economista chefe para a Ásia da consultoria Capital Economic, nota que no caso da China as exportações e construção civil devem diminuir. E o governo tende a relaxar o controle de crédito ao fim deste ano. É possível um corte no compulsório dos bancos, para manter o crescimento da economia em torno de 8,5% no ano que vem.

As duas únicas exceções na região são a Índia e o Vietnã, onde mais aperto monetário é previsto por causa da inflação alta.

Na Índia, a inflação baixou para 9,7% em setembro, mas ainda não o suficiente para evitar uma nova alta de juro nesta semana, provavelmente em 0,25 ponto percentual. No Vietnã, a taxa de refinanciamento subiu para 15% este mês, e a pressão inflacionária pode empurrar por mais alta de juro.

Barclays Capital, de Londres, avalia que na América Latina o Brasil e o México são as duas economias com maior margem para continuar cortando juros. A Rússia tende a manter sua taxa em 8,25%, enquanto a Hungria pode cortar dos 6% atuais. Israel tende a fazer outro corte de 0,25 ponto percentual para 2,75% ao ano.

Nos desenvolvidos e alguns emergentes, apesar de alta da inflação em países como Grã-Bretanha, Estados Unidos e Brasil, os BCs estão focados em políticas de estímulo, estimando que a pressão inflacionária é temporária e logo voltará a nível mais normal.

Analistas também projetam que o Banco Central Europeu (BCE) poderá baixar de 1,5% para 1% sua taxa de juro no começo do ano que vem, diante do estado desanimador das economias do velho continente.


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