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Inflação baixa, mas ainda preocupa

IPCA-15 ficou em 0,23% em junho contra 0,70% em maio

A inflação desacelerou em junho, mas ainda se mantém em patamar elevado. É o que dizem economistas diante da menor variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), uma prévia da taxa que orienta o sistema de metas de inflação do governo. A taxa baixou para 0,23% no mês, contra alta de 0,70% de maio. Em 12 meses, o índice está em 6,55%, acima do teto da meta fixada pelo governo (6,5%). Apesar da desaceleração do IPCA-15, os juros futuros de longo prazo terminaram o dia em alta, esperando mais elevações na Taxa Selic, atualmente em 12,25% ao ano. Além de o mercado prever alta inferior à apurada, 0,17%,o grupo de serviços continua em alta.

Os alimentos, que estavam pressionando os índices, ajudou a conter a inflação este mês, ao passarem de alta de 0,54% em maio para 0,11% em junho. Foram vários os produtos que ficaram mais baratos como o arroz (-2,02%), as frutas (-4,08%), os peixes (-5,14%) e a batata-inglesa (-13,03%).

- Esse recuo está associado a alimentos e transportes (por conta da queda no preço dos combustíveis). Mas, ao passar o efeito da sazonalidade, a inflação deve prosseguir elevada. Não é um cenário de convergência e, por isso, o Banco Central não deve encerrar as altas nos juros - disse Eduardo Velho, economista da Prosper Corretora, acrescentando que os núcleos (que retiram da inflação as maiores variações) subiram de um ano para o outro (de 0,30% para 0,60%).

Outra prévia de inflação também aponta para um ritmo mais brando. A segunda prévia de junho do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), usado para reajuste de aluguéis, teve mais uma deflação, de 0,21%, frente à alta de 0,66% em maio. Trata-se da maior queda desde agosto de 2009 (-0,46%). Isso fez com que a alta acumulada em 12 meses ficasse em 8,62%.

- Não acho que estejamos entrando numa fase de deflações sucessivas, porque isso acontece em épocas de recessão. No varejo, as pressões foram muito concentradas. Não dá prá imaginar que a inflação acabou - afirmou Salomão Quadros, economista da FGV.


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