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Micro sustenta geração de vagas

Setor é o menos atingindo pela crise econômica mundial

Diário de Pernambuco

Se você é micro ou pequeno empresário e atravessou o ano de 2009 mantendo o equilíbrio financeiro do seu negócio, aumentando as receitas e gerando empregos, deve se orgulhar. Você é um exemplo de bom empreendedor. O setor das micro e pequenas empresas, o menos atingindo pela crise econômica mundial, sustentou grande parte da criação de postos de trabalho formais no Brasil durante o período negro de instabilidade com a criação de 1,02 milhão de novas vagas - cerca de 91% do total de empregos gerados.

A constatação fez parte de uma análise realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na semana passada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Já as médias e grandes empresas, no mesmo período, criaram 28.279 postos a menos. No total, foram gerados 995.110 novos postos de emprego. Em Pernambuco e na Região Metropolitana do Recife (RMR), de acordo com o Observatório Empresarial do Sebrae-PE, elas responderam por todo o emprego gerado, como também cobriram o aumento do desemprego nas médias e grandes empresas. Foram criados 27.592 empregos adicionais no setor. Já nas médias e grandes empresas, a queda foi de 5.746 vagas.

O empresário Paulo Paixão, proprietário de uma fábrica de cosméticos em Paulista, na RMR, é um bom exemplo de planejamento. Em junho de 2008, recebeu um calote de clientes, cuja consequência imediata foi a diminuição do capital de giro da empresa para cerca de R$ 500. Sem desespero, otimizou as atividades, refez a estratégia de investimentos e começou a reagir diante de um mercado que dava os primeiros sinais de desequilíbrio econômico. Em dezembro do mesmo ano, dois meses após o estouro da crise financeira, o mesmo capital havia dobrado. O reflexo foi instantâneo.

"O setor de cosméticos é bastante dinâmico e tem crescido a cada ano. Mesmo com o calote, consegui equilibrar as finanças com algumas estratégias sem perder a visão empreendedora", contou. As vagas de emprego também surgiram e quatro novos funcionários foram contratados para a divisão de distribuição da fábrica. Eles se juntaram aos 12 empregados já existentes no negócio.

O fenômeno reflete o que já vem sendo constatado no Brasil pelo Sebrae nos últimos dez anos. Segundo o órgão, a rotatividade de negócios das micro e pequenas empresas têm contribuído decisivamente para o crescimento econômico do país, principalmente quando se trata de geração de emprego e renda. No ano da crise, foi a primeira vez que o setor se destacou no saldo positivo dos empregos formais gerados. A equação é simples: as demissões ocorridas nas grandes companhias foram absorvidas pelos micro e pequenos empresários.

De acordo com Roberta Correia, diretora técnica do Sebrae-PE, as medidas adotadas pelo Governo nos últimos anos explicam os resultados. "Observamos um crescimento das classes C, D e E, impulsionado pelos benefícios de emprego e renda, como o aumento do poder de compra, do salário mínimo e a expansão do crédito", ressaltou.


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