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Centrais sindicais fazem protestos contra MPs que alteram benefícios

Centrais sindicais fizeram protestos hoje (2) em 13 capitais contra as mudanças que entraram em vigor, estabelecidas pelas medidas provisórias (MPs) 664 e 665.

Centrais sindicais fizeram protestos hoje (2) em 13 capitais contra as mudanças que entraram em vigor, estabelecidas pelas medidas provisórias (MPs) 664 e 665. Os textos mudam as regras para que os trabalhadores tenham acesso a benefícios como o abono salarial, seguro-desemprego, auxílio doença e a pensão por morte.

Em São Paulo, a manifestação ocorreu no centro da cidade, em frente à sede da Superintendência Regional do Trabalho. Na parte da manhã, os manifestantes ocuparam duas pistas entre a Rua Álvaro de Carvalho e a esquina da Rua Major Quedinho. Com bandeiras, balões e discursos, os sindicalistas demonstraram o descontentamento dos trabalhadores com as medidas. Uma das reivindicações é com relação aos prejuízos para quem trabalha em setores com alta rotatividade, como o comércio e a construção civil. Para o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, muitos dos trabalhadores podem não conseguir atingir o tempo mínimo para ter direito a benefícios como o seguro-desemprego, pois a carência será ampliada.

“O dinheiro obtido com o seguro-desemprego e o abono salarial vai para a compra de comida, do arroz, do feijão [e outras necessidades básicas] e não para a compra de ações ou títulos do mercado financeiro”, disse Nobre. Segundo ele, esta semana representantes da CUT e de outras centrais pretendem dialogar com parlamentares para que as MPs sejam derrubadas no Congresso Nacional.

Os sindicalistas foram às ruas também no Pará. “Queremos garantir a democracia [e lutar] contra o rebaixamento de direitos”, disse o presidente da CUT no estado, Martinho Souza, durante as manifestações em Belém. O ato também ocorreu em frente à Superintendência Regional do Trabalho. Além de se manifestar contra as medidas, os trabalhadores pediram melhorias nas condições das delegacias do Trabalho.

Em Rio Branco, a manifestação marcada para hoje foi prejudicada pela enchente do Rio Acre. O volume das águas bateram o recorde histórico de 1997 e a prefeitura da capital chegou a decretar estado de calamidade. Ainda assim, pela manhã alguns manifestantes se reuniram na Delegacia Regional do Trabalho.

Na capital alagoana, o protesto durou três horas e cerca de 150 representantes da Força Sindical entraram no setor de Agendamento do Seguro-Desemprego. “ A concentração foi pacífica, inclusive com orientações aos trabalhadores que davam entrada no pedido de seguro-desemprego. Fomos aplaudidos pelos trabalhadores e tivemos o apoio de todos. A maioria não entende o que o governo está fazendo”, disse o presidente da Força Sindical de Alagoas, Albegemar Cassimiro Costa.

Em Salvador, segundo a presidenta da Força Sindical da Bahia, Nair Goulart, a manifestação durou uma hora e meia e teve a participação de diferentes centrais sindicais. Os protestos também ocorreram na capital sergipana. “A população está revoltadíssima com as medidas. Para nosso espanto, 90% das pessoas sabiam das medidas e entendiam o impacto em sua vida”, disse o presidente da Força Sindical de Sergipe, Wiliam Roberto Cardoso Arditt.

Em Goiânia, os manifestante pediram a revogação das MPs. Eles fizeram um café da manhã e distribuíram panfletos em frente à Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego. Os esclarecimentos à população também foram o foco das manifestações ocorridas em Vitória, no Espírito Santo. Os sindicalistas distribuíram panfletos e ergueram faixas. “Precisamos esclarecer os trabalhadores sobre o que está ocorrendo, dos direitos que estamos perdendo”, declarou o presidente estadual da Força Sindical, Alexandre Costa

Na última quarta-feira (25), representantes das centrais e do governo fizeram a terceira reunião sobre as MPs, em busca de uma solução. No caso do abono salarial e do seguro-desemprego, as medidas provisórias estendem a carência para que os trabalhadores tenham direito ao benefício. No caso do auxílio-doença, o prazo estabelecido para que as empresas assumam o pagamento do salário (antes do INSS) passa de 15 para 30 dias.


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