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Conheça os sete erros mais comuns do empreendedor brasileiro

Empreender não é para amadores. É preciso lidar com fornecedores, funcionários, clientes e ainda enfrentar desafios imprevisíveis, muito comuns no ambiente de negócios do Brasil.

Empreender não é para amadores. É preciso lidar com fornecedores, funcionários, clientes e ainda enfrentar desafios imprevisíveis, muito comuns no ambiente de negócios do Brasil. Apesar das adversidades, o brasileiro segue empreendendo, e a instabilidade do país é, justamente, uma das motivadoras da abertura de empresas. Em Santa Catarina, para se ter uma ideia, de janeiro a maio deste ano foram criados 10.747 novos negócios, crescimento de 4,35% segundo a Junta Comercial do Estado (Jucesc).

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— Já faz alguns anos que a abertura de negócios por necessidade ultrapassou a por oportunidade. É na crise que o empreendedorismo floresce, como mostram pesquisas feitas na Grécia e nos Estados Unidos em 2008 — afirma a coordenadora Regional do Sebrae/SC na Grande Florianópolis, Soraya Tonelli.

Esse ambiente desafiador também faz do brasileiro um empresário criativo. Segundo Roberto Salazar, diretor do curso de Administração da ESPM Sul, Por outro lado, essa atitude de quem dá um jeitinho para resolver tudo pode levar o empreendedor a não prestar atenção a pontos cruciais, como fazer planejamento e reciclagem de conhecimentos.A seguir, você confere alguns dos erros mais comuns do empreendedor brasileiro e dicas para evitá-los.

1) Misturar CPF com CNPJ

Quando o dono do negócio confunde o próprio dinheiro com o da empresa, provavelmente vai ter problemas. É um fenômeno chamado ¿empresário rico, empresa pobre¿. Isso porque tal atitude tende a descapitalizar a empresa.

— Dinheiro no caixa não é sinal de dinheiro disponível. Toda empresa tem uma estrutura de custos. O empresário não pode chegar no caixa da empresa e retirar o quanto quiser. A falta de capital de giro, por exemplo, é um sintoma desse problema — explica Soraya, do Sebrae/SC.

Para evitar essa confusão, o dono do negócio tem de estabelecer o quanto vai separar para si todo mês, no formato de pró-labore, por exemplo, e ser muito rígido quanto a isso.

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2) ¿Não quero ter chefe, vou abrir uma empresa¿

Abrir uma empresa para se livrar do chefe é um dos maiores mitos entre os brasileiros. Para a coordandora do Sebrae/SC na Grande Florianópolis, o empreendedor vai perceber no cotidiano que ele não tem um, mas vários chefes, a começar por todos os seus clientes.

– Ele tem de lidar com vários tipos de pressão: dos clientes, dos fornecedores, dos empregados – afirma Soraya.

3) Não observar o que acontece ao redor

O que outras empresas estão fazendo? O que estão deixando de fazer? O que os consumidores estão procurando? Todas essas perguntas são fundamentais. Pode-se aprender muito com outros empreendedores, concorrentes ou não, ao trocar experiências sobre ações e ferramentas. É preciso estar constantemente atento às tendências e movimentações do mercado e em diálogo permanente com outros empreendedores.

— O empresário de antigamente era mais individualista. Hoje, vivemos em rede: temos coworking, crowdfunding. Não vivemos mais de forma linear — diz Salazar.

4) Não se planejar e pensar a curto prazo

– A empresa não tem que dar certo só no primeiro ano, mas daqui a dois, cinco anos ou mais. E o empresário tem que pensar nisso – diz Rogério Nunes, professor da UFSC e especialista em estratégia organizacional e empreendedorismo.

Um exemplo é o planejamento dos gastos com funcionários. Segundo Nunes, além de garantir o salário mensal, é preciso pensar no discídio, férias, 13º e até uma eventual licença. Uma empresa pode passar por sérias dificuldades e até entrar em falência por uma questão trabalhista, afirma o professor.Dentro da visão de longo prazo, o empresário também deve separar algum recurso para investimento. O dinheiro próprio acaba sendo sempre mais barato que um empréstimo, prática mais comum no Brasil.

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5) Não procurar preparo formal

Não é que todo o empreendedor precise fazer um MBA. Mas buscar conhecimento, seja por meio de cursos rápidos, workshops ou mesmo pesquisando por conta própria, é uma atitude importante.

— É muito comum a pessoa achar que porque trabalhou a vida inteira em determinado setor, vai saber administrar uma empresa nesta mesma área. Mas gerenciar um negócio exige várias competências. Não é porque você sabe fazer roupa que sabe administrar uma malharia — exemplifica Soraya.

O próprio Sebrae oferece cursos gratuitos e a distância para quem quiser aprender mais.

6) Escolher sócio só por afinidade

Sociedade é quase como um casamento. E como no matrimônio, escolher o par ideal nos negócios exige muito cuidado.

— Não dá para escolher só pelo que tem mais dinheiro ou porque é o cara mais legal na balada. É preciso analisar vários aspectos. Também é bom escolher alguém com competências complementares à sua: se sou bom em marketing, talvez seja melhor escolher alguém que seja bom no financeiro, por exemplo — explica Soraya.

Além disso, ter os mesmos valores e a mesma visão de negócio é fundamental, afirma o professor Nunes, da UFSC. Com a escolha feita, é preciso formalizar o papel de cada um. Não apenas dizer quanto cada um tem da empresa, mas deixar muito claras as atribuições de cada sócio. E colocar tudo isso em um contrato para evitar dissabores futuros.

— Quando você começa um empreendimento e ele é mais regrado, até mesmo na hora de romper uma sociedade vai ser menos complexo — diz Salazar, da ESPM Sul.

7) Acomodar-se

Uma coisa que funciona agora, não necessariamente dará certo em cinco anos. É preciso ficar atento às mudanças pelas quais o mundo e os consumidores passam.

— O mundo sempre mudou, mas hoje muda muito, mas muito mais rápido — diz Soraya.


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